Ki e força não são coisas separadas…

É difícil falar sobre “Ki”… Vários são os textos que discorrem sobre esta energia que permeia tudo e todos… e várias são as interpretações e percepções também.

Em seu próprio nome, o Ai ki do, já traz destaque a este quesito tão expressivo na cultura oriental.

Lendo um trecho do livro, A Arte do Aikido: Princípios e Técnicas Essenciais (Ueshiba, Kisshomaru), deparei-me com uma interpretação que me agradou bastante em torno deste assunto. Neste pequeno parágrafro, o autor ressalta que é difícil para ele fazer uma distinção entre VIGOR, KI e FORÇA. No entanto, ele ressalta que se fosse possível, o faria da seguinte forma:

O vigor inicia a ação, o ki a impulsiona e a concentração do ki leva à manifestação da força física.

Ou seja, Ki e força não são coisas distintas… como nos clássicos ícones do Yin e Yang, eles se completam, se confundem… O autor ainda defende que para dominar as técnicas, é essencial experimentar realmente a natureza da força física e do fluxo do ki de várias maneiras, ao invés de argumentá-las em nível teórico.

Oficina de Aikido – X Congresso Espírito Santense de Educação Física

Olá pessoal!

A oficina de aikido foi ótima! Todos os participantes demonstraram bastante interesse e se dedicaram para aprender um pouco do aikido e da filosofia das artes marciais fazendo um link com a Educação Física e suas teorias de processo de aprendizagem…

O foco da prática foi a segurança e todos se superaram praticando técnicas avançadas de aikido com responsabilidade e bom senso.

Obrigado a todos e espero que o conteúdo transmitido possa ser utilizado em outras oportunidades.

Abração pessoal!

Participantes da Oficina

O Uso Misterioso do Tao

Extraído de: O livro do caminho perfeito – Lao Tsé

Os livros de estratégias nos ensinam:

Nunca ouses iniciar uma guerra. Mantém-te sempre na defensiva.

Hesita antes de avançar um centímetro, mas estejas sempre pronto para recuar um metro.

Isto significa que é melhor avançar pelo recurso da engenhosidade do que por meio de operações agressivas. Há um modo melhor de atacar sem utilizar as mãos. Uma maneira melhor de vencer sem demonstrar hostilidade. Uma melhor maneira de ganhar sem aplicar o recurso da força.

Não há maior engano do que subestimar o inimigo. Muitos reinos foram perdidos por esse descaso.

Quando exércitos bem equipados entram em luta, vence sempre o que lamenta a hostilidade que entre eles existe.

Mitos e equívocos sobre as artes marciais

by Jonathan Maberry

Sobre o autor: Escreveu mais de 700 artigos e vários livros, incluindo Ultimate Jujutsu Principles and Practices, e The Martial Arts Student Logbook. Ele é faixa preta 8º grau em jujutsu e 5º grau em Hapkido.

Faixas pretas precisam registrar suas mãos como armas mortais? Bruce Lee foi assassinado por um ninja? Há realmente uma técnica capaz de paralisar o coração?

Alguns mitos, infelizmente, são creditados pelo público em geral. O irritante, entretanto, é que estes mitos e equívocos não são somente perpetuados por desinformados, muitos deles são passados adiante em escolas de artes marciais.

Neste artigo, vamos examinar alguns destes contos. Juntos, vamos desmistificá-los e descobrir a verdade dentro de cada um deles.

Um faixa preta deve se registrar como uma arma mortal

Esta é uma das mais velhas lendas marciais, e não há absolutamente nenhuma base que a sustente. Em primeiro lugar, os governos não regulamentam as artes marciais, o que significa que não há processo de identificação dos praticantes de modalidades de combate ou método governamental onde os praticantes possam ser avaliados. Atualmente, não há nenhum país onde os artistas marciais sejam obrigados a se registrar como armas, mortais ou de qualquer outra categoria… rs

Em casos judiciais envolvendo confrontos violentos, advogados e juízes podem advertir o júri para ter em mente ao avaliar o caso, que um artista marcial com experiência substancial em qualquer modalidade de combate, estava suficientemente consciente do potencial de suas ações físicas. Mas isto é completamente diferente de um registro legal como “Arma Letal”. rsrs

Um faixa preta é um MESTRE

Nem de perto! Um faixa preta 1º grau é um “iniciante avançado”. A faixa somente o diferencia daqueles que estão aprendendo para aquele que “aprendeu a aprender”. Esta é uma diferença significativa.

A transição da faixa branca até a preta deve ser mais voltada à metodologia e procedimentos necessários para aprender a pensar como um artista marcial. Um faixa preta deve ser capaz de compreender as bases da modalidade que pratica, sendo isso mais importante que sua habilidade em perfazer qualquer técnica. Há um ditado que diz: “Dê um peixe a um homem e você irá alimentá-lo por um dia. Ensine-o a pescar e o alimentará pelo resto da vida.” Este ditado assemelha-se ao processo de evolução da faixa branca à preta. O faixa preta aprendeu como se tornar mais proativo em sua educação marcial, mas está muito distante de ser um Mestre. A caminhada ainda é longa.

Todas as artes marciais são antigas

De forma alguma. Mesmo que de fato haja artes marciais bastante antigas como o varmannie (5000 anos), kung fu (3000 anos), jujutsu (1000 anos) e assim por diante, novas artes surgem o tempo todo.

O karate, como o conhecemos, tem menos de um século, tendo sido introduzido no Japão por mestres que praticaram versões do karate-jutsu que era muito mais combativo. O Judô nasceu em 1882 e o aikido em 1935. O Taekwondo e o Hapkido foram criados em 1940 e 50, mesmo sendo baseados em sistemas muito mais antigos.

Sistemas tradicionais não funcionam

A efetividade de uma arte depende do praticante. Estudar um sistema não é como colocar um manto mágico, ele não o enche de superpoderes. Nós nos tornamos representantes vivos da arte que praticamos. Funciona através de nós, e somos nós que devemos dar vida, respiração e realidade a ela.

Esta é a perspectiva esotérica, agora vem a fria e dura verdade: Se não fazermos a arte funcionar, ela não vai funcionar. Se formos imprecisos no treino, preguiçosos fora do tatame e não dedicarmos o tempo necessário para o aprendizado da arte, nenhum sistema funcionará, e não estaremos aptos a usá-los como defesa pessoal.

Há lutas até a morte

Além de filmes como Bloodsport, não há lutas até a morte, e ninguém nunca se tornou um campeão mundial por competir em eventos tão apócrifos.

Se lutas assim existissem, elas certamente não atrairiam os melhores artistas marciais. É esperado que uma vida dedicada ao aprendizado das artes marciais não resulte em uma pessoa tão insegura em relação às suas habilidades que ele precise arriscar sua vida para obter qualquer reconhecimento, que depois ela deveria manter em segredo. Do mesmo modo, acredita-se que o estudo das artes marciais e de seus códigos de honra tenham formado dentro de cada praticante um equilíbrio emocional e psicológico que não defenda atividades homicidas.

Faixas pretas são sempre calmos e serenos

Ser faixa preta de uma arte marcial não deixa a pessoa com inspirações de provérbios dignos de Mestre Yoda ou com a sabedoria do Mestre Pó… rs Eles são tão suscetíveis ao stress, ansiedade, paixão, felicidade, raiva e outras emoções humanas. É esperado que eles tenham aprendido a regular os extremos dessas emoções – assim como acredita-se que os anos dedicados no tatame tenham dado a eles uma percepção verdadeira sobre comportamento honroso, boas maneiras e filosofia de vida.

Mas sabedoria é uma habilidade individual, e aquele que a perseguem tem uma chance melhor de atingí-la.

Mulheres não podem fazer arte marcial

Este velho mito está pronto para ser apagado. Além do fato de mulheres como Cynthia Rothrock, Karen Sheperd and Michelle Yeoh terem se promovido a heroínas de filmes de ação no cinema; em torneios e dojos, houveram milhares de mulheres, e a cada geração haverá mais.

Mas vamos dar um passeio pela história. Há aproximadamente 2000 anos atrás, entre a primavera e o outono chineses, uma mulher chamada Yu Niu competiu num torneio com espadas organizado pelo imperador durante sete dias e foi consagrada como campeã entre 3000 espadachins.

Um faixa preta pode enfrentar uma multidão sozinho

Nenhum ser humano pode afirmar isso com absoluta certeza, seja ele um faixa preta ou não.

Nos filmes, frequentemente você vê o herói enfrentando um grupo de mal intencionados. Preste atenção, eles geralmente formam um grande círculo e convenientemente atacam um ou dois de cada vez. Isso garante ao herói tempo para lidar com um combate por vez.

Fora da “matrix”, quando uma pessoa enfrenta uma gangue, eles virão na sua direção como uma parede.

Então isso significa que uma pessoa sozinha não pode derrotar vários agressores? É claro que não, isso já aconteceu inúmeras vezes. Em algumas ocasiões o defensor era um artista marcial; em outras era somente uma pessoa forte e agressiva o bastante para lidar com o momento.

A questão é, ser um faixa preta não é garantia de sucesso. Há muitas variáveis a serem consideradas: o número de agressores, a relação entre o tamanho e força dos agressores e do defensor, o local, a presença de armas, o elemento surpresa… e assim por diante.

Nenhuma graduação ou faixa é garantia de coisa qualquer em artes marciais. Cada encontro é único e precisa ser administrado de acordo.